Olá ouvintes! 

Espero que todos vocês estejam bem! Sou professor Everton Diniz, biomédico membro da Associação Brasileira de Biomedicina, especialista em docência superior e estética, com mestrado em ciências biológicas e doutorado em engenharia biomédica. 

Para nós, estudantes e entusiastas da ciência e das descobertas, comemoramos nesta semana, especificamente no dia 10 de janeiro, o nascimento do famoso biólogo Lazzaro Spalanzani, ocorrido no ano de 1729. 

Spallanzani se tornou mundialmente reconhecido por sua contribuição na discussão científica sobre o surgimento da vida. Esse tema foi palco de debate entre religiosos, filósofos e cientistas desde as primeiras civilizações, até o século XIX! Nesse momento, talvez você se pergunte: afinal, a vida surgiu ou não pela ação divina?

Para nossa sociedade, de cresça predominantemente judaico cristã, a resposta a essa pergunta é encontrada no livro de gêneses na bíblia sagrada. Lá, em resumo, é dito que Deus criou tudo o que existe e isso põe fim a questão. Contudo, pensadores pré-socráticos buscavam entender a esta questão se valendo unicamente da razão humana e da observação da natureza. 

Por exemplo, para Anaximandro a vida era uma consequência da fusão entre os 4 elementos, água, terra, ar e fogo. Esses elementos se misturavam em diferentes proporções, e com isto formava as diferentes formas de vida do planeta. Isso pode parecer pueril para você que vive em um mundo globalizado, com fácil acesso ao conhecimento pela internet, mas saiba que a conclusão de Anaximandro perdurou por muitos séculos na crença popular. E isto é fácil de entender, vou lhes contar uma breve estória para entenderem o conceito: 

Imaginem que estamos todos sentados em um confortável sofá, em uma bela área de lazer no quintal da casa de alguém. Imaginem que, de repente, chega ao ambiente o cachorro de um dos moradores. E que este cachorro aparenta estar com saúde fragilizada e já é muito idoso. Bem na frente de todos, o cão se deita sobre a grama, e lá emite seu derradeiro suspiro indicando que sua vida terminou. Então, você se levanta e toca a pele do cachorro. E neste toque percebe que ela está quente, porém nota também que conforme o tempo passa, a pele do cão vai se tornando cada vez mais fria. Isso acontece porque, de acordo com Anaximandro, o fogo está deixando o corpo do animal. As horas e dias vão passando, e de repente você nota que o corpo do animal está produzindo um mal odor pelo estado de putrefação que se iniciou. Para Anaximandro, este odor é resultante da fuga do Ar do corpo do animal. Os dias vão se passando, e você percebe que a pele do animal está rançosa. Percebe também que há liberação de líquidos pela pele, deixando a terra sob o cão húmida. Para Anaximandro isso significa que a água está deixando o corpo do animal. Por fim, restam ossos e pelos basicamente. Com o tempo esses resíduos também se decompõem e vira pó, se misturando as rochas e ao solo. Para Anaximandro, isso seria a terra deixando o corpo do animal. 

Perceberam que pela observação, Anaximandro não deixou de ter razão? Afinal tudo é perfeitamente explicado dentro da sua ideia. Mesmo tendo tanta lógica, o pensador que mais se destacou nessa questão, foi o famoso Aristóteles a cerca de 300 A.C.

Para ele, a vida surgia espontaneamente a partir da comunhão de matéria inerte. Dessa forma, poderia Aristóteles um dia ter ido a um lago e visto que lá não havia vida aparente. Então ele se agachou próximo a margem, e com as mãos movimentou a terra submersa. E de repente, desta terra surgiram girinos. Dia a dia Aristóteles poderia ter observado estes girinos se transformando, até formarem sapos e rãs. E depois teria visto estes animais novamente se desfazerem ao fim da vida, no fundo do lago onde nasceram. Essa ideia da geração espontânea, que chamamos de abiogênese, foi muito acreditada até o renascimento. Foram cerca de 1600 anos de absoluta aceitação dessas ideias, até que Francesco Redi, Lazzaro Spallanzani e Louis Pasteur, rebateram a geração espontânea de modo que hoje é cientificamente aceito que a vida se origina obrigatoriamente de um outro ser vivente. Como a discussão é ampla, deixarei um card para assistirem a aula da biogênese do antigo canal microbiomed. Lá vocês encontrarão informações mais profundas sobre como se deu toda essa discussão e a que conclusão chegaram. 

Aceita a premissa de que a vida surge a partir da vida, a comunidade científica se perguntou sobre a formação do primeiro ser vivo que originou a todos, e a questão ainda está aberta até a atualidade. Independentemente de como você acredita que surgiu o primeiro indivíduo de cada espécie, é fato que uma das propostas mais aceitas é a de Charles Darwin. Ele dizia que os indivíduos mais bem adaptados a um meio, conseguiam se nutrir melhor, viver melhor e procriar passando suas características para seus descendentes. No entanto Darwin não sabia como essas características eram passadas, sendo a resposta para isto dada algumas décadas após por Gregor Mendel, o pai da genética. 

A genética é uma das principais habilitações do biomédico. Ela é tão importante para essa profissão, que o símbolo da biomedicina é um microscópio sobre uma cruz envolvida pela molécula de DNA. Para você se tornar um geneticista, precisará fazer um curso de mestrado/doutorado na área da genética, onde aprenderá a desenvolver soluções biotecnológicas e farmacêuticas para problemas diversos que afligem a humanidade. Como geneticista você atuará, por exemplo, em pesquisas para a cura de doenças degenerativas como o Alzheimer, câncer, atuar na reprodução humana, ou no melhoramento genético de plantas e animais, e até mesmo na restauração de órgãos e estruturas do corpo de indivíduos adultos. O campo é muito vasto, e os exemplos dados nem de longe fazem jus a grandeza e a relevância desta área para a ciência e medicina moderna. 

Se você tem interesse em trabalhar com genética, saiba que a área apresenta elevada empregabilidade, com remunerações variando de 6 a 20 mil reais por mês, a depender de sua formação e experiencia. Normalmente formados nesta área atuam em universidades ou centros de pesquisa tanto a nível nacional quanto internacional. Assim é muito comum o geneticista se tornar um docente universitário, em paralelo a sua atividade como pesquisador. O geneticista também pode se aplicar para vagas em indústrias de biotecnologia e em grandes farmacêuticas. Se você ficou interessado pela área, não deixe de acessar ao site www.biomedacademy.com.br para se inteirar sobre a abertura de turma profissionalizantes em genética, onde aprenderá a extrair DNA por exemplo, bem como a consultoria para conseguir aprovação no mestrado ou doutorado em genética, no brasil ou no exterior, com ou sem bolsa de pesquisa. 

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No mais, agradeço a atenção de vocês, e desejo a todos uma semana próspera e abençoada.